Sim! Chegou a hora de falarmos sobre eles! Jethro Tull, em toda a sua glória, com uma das suas mais icônicas obras: "Thick as a Brick".
Antes de continuarmos, eu peço que ouça a gravação inteira, que está na Playlist "Jethro Tull", do nosso canal:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLOG0uXYuuz2CbA-6ykT_97iN4YcJLCp1G
Jethro Tull
By RicHard-59 - Own work, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=28982288
O Jetho Tull foi uma banda de Rock Progressivo muito famosa e controversa. Seu estilo inconfundível, baseado em folclore Escocês/Irlandês e Medieval, conquistou várias gerações de fãs (e inimigos) pelo mundo inteiro.
Em 2014, Ian Anderson, o flautista/vocalista e principal músico da Banda, declarou que, daquele ano em diante, somente gravaria álbuns com seu próprio nome, deixando de lado a marca. Isso determinou o fim do conjunto Jethro Tull.
Em seu final, a formação do Jethro mais usual era:
- Ian Anderson: Vocal, flauta, cordas;
- Martin Barre: Guitarra;
- Doane Perry: Bateria;
- John O'Hara: Teclado;
- David Goodier: Baixo.
A origem
O núcleo da Banda começou há muito tempo, no início da década de 1960, formado por três amigos: Ian Anderson, Jeffrey Hammond e John Evan (Evans). Algum tempo depois, o grupo era formado por sete componentes e, por ser grande demais, se dividiu em duas bandas. Uma delas, com Ian Anderson, se dedicou a tocar blues em clubes Londrinos.Naquela época (por volta de 1967), a situação financeira deles era muito difícil. Ian Anderson chegou a trabalhar como faxineiro de cinema, para poder se manter.
Era muito difícil ser chamado para tocar mais de uma vez em um clube, então, a banda trocava de nome diversas vezes. Até que um dia, um dos seus agentes batizou a banda de "Jethro Tull", e esse nome ficou, pois foi a primeira vez que foram convidados a tocar novamente. Logo, a banda passou a se apresentar com esse nome.
O primeiro álbum do Jethro Tull foi "This Was", lançado em 1968. Neste álbum, vemos as tendências de Blues e Jazz da Banda, porém, já se notam traços característicos das músicas do Jethro, como a Flauta "agressiva" de Ian Anderson, e o ritmo bem "Jazzístico". A formação do Jethro para esse primeiro álbum foi:
- Ian Anderson: Vocal, flauta, piano;
- Mick Abrahams: Guitarra, vocal;
- Glenn Cornick: Baixo;
- Clive Bunker: Bateria.
Para mim, a melhor música desse álbum é "My Sunday Feeling", que você também pode conferir na Playlist do nosso canal.
O guitarrista Mick Abrahams deixou o Jethro Tull após o lançamento desse álbum. Depois de algumas idas e vindas, Ian Anderson acabou contratando Martin Barre como guitarrista, e toca com ele até hoje.
A era de ouro
Alguns dizem que a era de ouro do Jethro começou com o álbum "Stand Up", de 1969, sendo o primeiro álbum (e único) da banda a alcançar o primeiro lugar nas paradas do Reino Unido. Neste álbum, foram lançados sucessos como: "A New Day Yesterday" e (a minha preferida desse álbum) "Nothing Is Easy", além de "Bourée", uma adaptação de um tema de J.S. Bach, feita por Ian Anderson.Alguns dirão, entre eles o meu amigo Augusto, que "Aqualung", de 1971, foi o melhor álbum do Jethro Tull, marcando a entrada da banda no Rock Progressivo. Certamente, é um dos mais conhecidos e com temática totalmente Progressiva.
Do álbum Aqualung, várias músicas se destacaram muito, como: "Aqualung", "Cross-eyed Mary" e "My God" (sim, estão todas na Playlist do Jethro, no nosso canal). Ah, e quase me esqueci de "Locomotive Breath", igualmente fantástica.
Aqualung, com aquele riff inconfundível na "intro", se tornou um ícone do Jethro Tull, assim como o seu verso mais conhecido: "Aqualung my friend / Don't start away uneasy / You poor old sod / You see it's only me".
Aqualung foi considerado como um álbum conceito, cujo tema central seria a dicotomia entre Deus e a Religião. Dizem que Ian Anderson não gostou dessa classificação e, portanto, resolveu criar um verdadeiro álbum conceito. E daí nasceu o álbum "Thick as a Brick".
Muita coisa se passou até 1987, tendo o Jethro lançado vários álbuns:
- A Passion Play (1973)
- War Child (1974)
- Minstrel in the Gallery (1975)
- Too Old to Rock 'n' Roll: Too Young to Die! (1976)
- Songs from the Wood (1977)
- Heavy Horses (1978)
- Stormwatch (1979)
- A (1980)
- The Broadsword and the Beast (1982)
- Under Wraps (1984)
A música "Ministrel in the Gallery" é um must do estilo Progressivo/Medieval do Jethro, e vale a pena ser ouvida. Eu destaco também uma música pouco conhecida desse álbum ("Ministrel"), que gosto muito: "One White Duck / 010 = Nothing at All".
Já "Songs from the Wood" é uma das mais fantásticas músicas deles, igualmente representativa dessa fase Medieval da Banda.
Finalmente, "Too Old to Rock 'n' Roll" é uma música que tem um toque medieval, mas que é uma grande balada Pop/Folk. Também muito conhecida.
Embora eu tenha essas preferências, isso não quer dizer que não goste dos outros álbuns desta fase. Por exemplo, "Heavy Horses" e "Under Wraps" são igualmente sensacionais. Eu recomendaria que você ouvisse a todos.
A melhor música
Antes de eu entrar no assunto desse post, eu gostaria de falar um pouco sobre a música que considero a melhor do Jethro Tull: Budapest. Você pode escutá-la em uma apresentação ao vivo, na Playlist do Jethro Tull, no nosso canal.Em 1987, já na fase "Hard Rock", a banda lançou o "Crest of a Knave", um álbum de "pegada" mais forte, com músicas como: "Steel Monkey" e "Raising Steam", mas também com baladas lentas, como: "She said she was a dancer" e "Budapest".
Para mim, "Budapest" é a melhor música do Jethro de todos os tempos. É sensacional! E não sou só eu que penso assim!
Em 2007, estávamos eu, meu amigo Augusto, e meu filho, Tiago, esperando para assistir ao show do Jethro, quando notamos que tinha muita gente jovem na plateia. Como assim? Garotada assistindo show do Jethro? Bem, fomos até o palco para ler o "Set list", e, quando constatamos que "Budapest" seria tocada, comemoramos, assim como um bando de jovens que estava perto. Esse disco, "Crest of a Knave", e essa música, "Budapest", conquistaram fãs de várias faixas etárias para o Jethro Tull.
Thick as a Brick
Thick as a Brick foi o quinto álbum de estúdio da Banda, lançado em 1972. Foi criado para ser efetivamente um álbum conceito, com uma só música, de ambos os lados do LP. Essa música era "Thick as a Brick".Talvez, essa seja a música mais icônica da Banda, e a que melhor representa a variedade musical, a controvérsia e o estilo inovador do Jethro Tull.
Como eu já disse, não é a música deles que mais gosto, porém, é a que mais admiro. Costumo ouvir "Thick as a Brick" quando estou programando, especialmente se for algo em C++. Ela encarna tudo o que gosto no Rock Progressivo, temperada pelo estilo medieval / folk inconfundível de Ian Anderson.
A primeira vez que ouvi essa música foi na famosa Sears, de Botafogo. Eu e meu amigo, Washington, íamos muito lá. Era o "Spotify" da época. E eu peguei um álbum do Jethro aberto, coisa que estava ficando rara naquela época.
Coloquei a música para tocar na cabine, e foi um verdadeiro choque cultural. Mesmo para mim, que estava acostumado a ouvir outras bandas progressivas.
A capa do álbum era uma manchete de jornal, relatando que um garoto, Gerald Bostock, havia sido desqualificado em um concurso de poesia, devido a muitos protestos, depois de seu poema ser lido na TV. O garoto e a história foram inventados por Ian Anderson.
Toda a música do álbum gira em torno do poema de Bostock, no qual ele critica os adultos e dá uma visão do que seria o amadurecimento. A música é cheia de trechos polêmicos, como este:
Really don't mind if you sit this one out.
My words but a whisper - your deafness a SHOUT.
I may make you feel but I can't make you think.
Your sperm's in the gutter - your love's in the sink.
So you ride yourselves over the fields and
you make all your animal deals and
your wise men don't know how it feels to be thick as a brick.
Se você não sabe inglês, copie e cole no Google Translator. Eu nem vou tentar interpretar para vocês, mas faz todo o sentido, se considerar a história de Gerald Bostock.
Ouça "Thick as a Brick" inteira em nossa Playlist do Canal.
Eu e o Jethro
Cara, devo confessar: Eu só passei a curtir Jethro depois de adulto. Na minha adolescência, eu ouvia muito Led Zeppelin, Nazareth, Kiss, Pink Floyd, Yes, Triumvirat, Kraftwerk e outros. Apesar de conhecer o Jethro, não era fã das suas músicas.O meu amigo Washington tentou me convencer a ouvir Jethro. Comprou o disco "Too old to Rock 'n' Roll" e colocava para eu ouvir. Era legal, mas não era a minha preferência.
Foi depois de adulto, com dois filhos, que me deixei conquistar pelo Jethro Tull. Mas não foi um processo fácil, nem rápido.
O meu amigo Augusto, que é alucinado pelo Jethro (bem, ele é alucinado de qualquer jeito), me apresentou o Jethro, me emprestou CD's etc. Ele insistiu muito, e a minha resposta era a mesma: "é legal, mas...".
O Jethro Tull não tem músicas "fáceis" (exceto "Budapest"). Na verdade, eu e ele cunhamos um ditado: "Jethro Tull: Ame-o ou odeie-o". Não há meio termo!
Enfim, eu passei a gostar do Jethro e fui a algumas apresentações no Rio. Hoje, eu diria que é uma das bandas que mais admiro, em todas as suas fases, desde o Blue-Jazz de "This Was", até o polêmico "Dot Com", de 2000.
Eu recomendo a sequência:
- "My Sunday Feeling";
- "New day yesterday";
- "Aqualung";
- "Ministrel in the Gallery";
- "Songs from the Wood";
- "Budapest".
Toque Jethro
Eis a cifra de Thick as a Brick: http://www.cifras.com.br/cifra/jethro-tull/thick-as-a-brickEsse excelente vídeo mostra como tocar Thick as a Brick: https://youtu.be/NsTmmc0KTuo
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